quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

PARQUE INDIGENA DO XINGU - 1961-2011=50 ANOS DE VIDA, MUITA VIDA.

Converso com ex alunos e alunos sobre vários assuntos, e um desses assuntos,é sobre a Amazônia Sul Americana e a parte brasileira, muita curiosidade, muita vontade em saber um pouco mais sobre essa notável e única; Amazônia e os seus personagens. Escolhi, por motivos óbvios a região sul da Amazônia, ou mais precisamente o PARQUE NACIONAL DO XINGU, hoje é PARQUE INDIGENA DO XINGU. Nasceu em 1961, foi criado no governo de Jânio Quadros e foi idealizado pelo irmãos Villas Boas, o texto foi escrito pelo brilhante antropólogo e funcionário do Serviço de Proteção aos Indios, hoje FUNAI, Darcy Ribeiro.A criação do Parque foi uma consequência da Expedição Roncador-Xingu e da chamada "Marcha para o Oeste" planejado e executado no Estado Novo (Pres. Getúlio Vargas)em 1943; o objetivo era conquistar e desbravar o coração do Brasil- centro do país e sul da amazônia.O mundo reconhece essa área pela sua excepcional diversidade humana; Vivem na área 5.500 indios de 14 etnias diferentes e pertencentes a 4 famílias linguisticas; Caribe, Aruaque, Macrotupi e Macrojê. A UNESCO considera como o mais belo mosaico linguistico PURO do Brasil e talvez do mundo! É a maior reserva do gênero do planeta(sem ufanismo!). No século XIX, o cacique Seatle, lider dos duwamish, etnia que ocupou parte do território que agora é o estado de Washington-no extremo noroeste dos EUA,na fronteira com o Canadá, fez um discurso emocionante, os americanos pretendiam ocupar essas terras. " O cacique falou"como pode alguém querer comprar ou vender o céu e o calor da terra?Se não somos dono da pureza do ar ou da transparência da água, como alguém pode querer comprá-lo?Cada palmo dessa terra é sagrada para o meu povo, cada folha que reluz do pinheiro, cada uma das praias, cada véu de neblina na densa floresta, cada clareira e o zumbido dos insetos são sagradas nas tradições e consciência do meu povo. A seiva que circula nas árvores carrega com elas as recordações do homem vermelho". Nos EUA o indio era visto, em muitos casos como besta selvagem, incompatíveis com pretensos vernizes civilizatórios que cobriam a pele pálido dos brancos (Scientific American-edição especial,novembro 2011,pag12). O homem branco esquece a sua terra depois de morto. Nossos mortos não esquecem. A terra é a mãe; as flores são nossas irmãs, o cervo, o cavalo, a grande águia, a rocha, a campina e o homem, tudo isso é parte de uma mesma família.
No PARQUE INDIGENA DO XINGU, o cacique Raoni completa; os rios são nosso irmãos, eles saciam a nossa sede, transportam nossa canoas e alimentam os nossos filhos. O rumorejar das águas é a voz do pai do meu pai (Seatle). Para o branco uma porção de terra é igual a qualquer outra, porque ele é estrangeiro que chega na calada da noite e tira tudo o que precisa da terra. Para o branco a terra não é a sua irmã, mas sua inimiga.A futura Usina de Belo Monte será construida no rio Xingu, será a 2a. maior do Brasil e a 3a. maior do Mundo!
Um sugestão; Enterrem meu coração no curva do rio. Autor Dee Brown. Editora L&P, mas a outras.
Para os seus seguidores; estarei ausente nesta próxima semana. Paz e Bem! Prof. Vilmar

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